psicologia
Psicologia comunitária
Cezar Wagner de Lima Góis 1
Na América Latina, a expressão “Psicologia Comunitária” é empregada desde 1975, com o objetivo de se fazer uma nova Psicologia Social, a partir da preocupação de alguns psicólogos de distintos países latino-americanos com os escassos resultados sociais da Psicologia Social tradicional e por haver uma grande necessidade de superar os graves problemas sócio-econômicos que ainda hoje afetam a região (Abib Andery, 1984; Montero, 1994; Quintal de Freitas,
1996).
Frente à Psicologia Social tradicional que se preocupava com estudos de grupos, questões específicas da conduta, o ajustamento social, as atitudes, o estereótipo, as relações interpessoais etc. (Leyens, 1979), sem vinculá-los a seus contextos históricos-culturais, enquanto base de descrição e explicação dos dados, como também sem questionar o papel da ideologia e das relações de classe (Lane, 1981, 1984; Serrano García e Rivera Medina, 1991), surgiu um movimento no próprio interior da Psicologia Social questionando essas posturas e concepções.
O distanciamento dos modelos predominantes na Psicologia Social dos problemas sociais e sua incapacidade de dar respostas a estes problemas levaram um grupo de Psicólogos Sociais a questioná-la em seus objetivos, concepções, ações e resultados. Este movimento na Psicologia Social defendia a diversidade cultural e enfocava o contexto e a ideologia como questões que deveriam ser centrais na área. Preocupava-se também com uma relação mais ativa e comprometida dos Psicólogos com os problemas da sociedade.
Contrastando com os modelos tradicionais, novos valores sociais e humanos, originados na década de 60 (Movimentos Sociais), assim como certos estudos realizados em Psicologia que geraram novos conceitos, categorias e explicações (Moscovici, 1961; Sarason, 1974; Turner, 1975; Rappaport, 1977;
Marín, 1980; Montero, 1982; Tajfel, 1982; Martín-Baró, 1983, 1994;
Lane, 1984;