psicologia social
Quem é Severino?
Este fantástico livro, começa com a auto definição do personagem ficcional Severino (saído dos versos do poema morte e vida Severina, de João Cabral de Melo Neto). Na tentativa de se auto-apresentar, no limite das palavras para se definir, evidencia a dificuldade de fazer conhecida, sua identidade. Por fim se auto intitula, um morto ainda vivo, tentando fugir da desumanidade.
É no nascimento de uma criança, filho de um conhecido, que Severino se vê renascendo, renascendo como uma possibilidade, no desejo de encontrar vida, de ter uma identidade humana. Neste momento Severino se encontra com a vida, mesmo sofrida, mesmo Severina. E com amor e respeito, pela dádiva de Ser e Estar no mundo, mesmo que em um tempo Severino, à recebe, e passa a acreditar que esta vivo.
Quem é Severina?
Assim como no início da estória de Severino, a história de Severina inicia com a tentativa de Severina em se definir, se apresentar, mas como Severino, se vê limitada por palavras, dá voltas e voltas, para no fim, sem doçura alguma, se definir como Vingadora e Revoltada, revoltada com a vida Severina, em um tempo Severino, igual a tantos Severinos que ainda hoje vivem uma vida Severina.
Ao longo de sua trajetória, Severina se mostra um ser em construção, um ser inacabado ou até um ser bruto, destinado a ser polido por uma sociedade, cruel e imperfeita. Restando a Severina, continuar vivendo e sempre acreditando no seu ser, um ser Severino, um jeito Severino de ser.
E quem somos nós?
O livro me leva inevitavelmente a questionar quem somos nós, se somos frutos do meio em que vivemos, fruto de uma sociedade capitalista, ou simplesmente, estamos aprisionados à nossas relações mais primárias, como Severino, filho de Maria, órfão de Zacarias, uma vez Severinos sempre Severinos?
Para saber quem alguém é, precisamos perguntar a ele, assim como se