psicologia social

Psicologia Social: Desenvolvimento histórico e objeto de estudo
I. Desenvolvimento histórico da psicologia social
Discorrer sobre o desenvolvimento histórico da Psicologia Social, em verdade, é analisar as contradições postas no desenvolvimento da própria psicologia como ciência e profissão, na medida em que esta se apresenta como um conjunto de contribuições sócio-técnicas no interior da divisão social do trabalho e tem, desde o seu surgimento, produzido respostas e posicionamentos diante das demandas que lhe são apresentadas. Tais contribuições denotam determinados compromissos e objetivos, os quais são fundamentais para compreendermos o movimento constante de construção de suas teorias e práticas. Nesse sentido, refletir sobre a epistemologia da Psicologia Social (estrutura, método, objeto de estudo) é, simultaneamente, discorrer sobre as contradições no desenvolvimento das ciências sociais e humanas e, assim, adotar um posicionamento crítico frente à concepção positivista de ciência.
Segundo Lane (1984), a “crise” vivenciada pelas ciências sociais e humanas na década de 1960 está pautada pelo questionamento ao paradigma hegemônico que configura a perspectiva positivista como condição sine qua non para a produção de conhecimento. Baseada na premissa de que a sociedade é regida por leis naturais, uma das características fundamentais do positivismo reside na compreensão de que, como no modelo das ciências naturais, as ciências sociais e humanas deveriam ser objetivas e neutras em relação ao seu objeto de estudo. É nesse contexto em que tendências inatistas (“biologismo”) e ambientalistas (“sociologismo”) vicejam como bases para os constructos teóricos da Psicologia e, consequentemente, da Psicologia Social.
Do ponto de vista histórico, a Psicologia Social tem suas origens na configuração de um campo de pesquisa e intervenção, sistematizada a partir dos anos 1950 e baseada em duas tendências fundamentais: uma perspectiva filosófica pragmática (Teoria das