A Encarnação
A Encarnação e o Nascimento de Cristo
Nº 57
Pregado na manhã de domingo, 23 de Dezembro, 1855,
Por Charles Haddon Spurgeon,
Em New Park Street Chapel, Southark – Londres.
“E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de
Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.” Miquéias
5:2
Essa é a época do ano quando, querendo ou não, estamos obrigados a pensar no nascimento de Cristo. Considero que é uma das coisas mais absurdas debaixo do céu pensar que existe religião quando se guarda o dia de Natal. Não há nenhuma probabilidade de que nosso
Salvador Jesus Cristo tenha nascido nesse dia, e a observância dele é puramente de origem papal - sem dúvida os que são católicos tem o direito de reivindicar-lo - mas não posso entender como os protestantes consistentes podem ter-lo de alguma maneira como sagrado. No entanto, eu desejaria que houvesse dez ou doze dias de
Natal ao ano – porque há suficiente trabalho no mundo e um pouco mais de descanso não faria mal ao povo trabalhador.
O dia de Natal é realmente uma benção para nós, particularmente porque nos congrega em redor da lareira de nossas casas e nos reunimos uma vez mais com nossos amigos. No entanto, ainda que não seguimos os passos de outras pessoas, não vejo dano algum em pensarmos na encarnação e no nascimento do Senhor Jesus. Não queremos ser classificados entre aqueles que:
“Colocam mais cuidado em guardar o dia de festa
De maneira incorreta
Que o cuidado que outros têm para guardar-lo de maneira correta”
2
Os antigos puritanos faziam ostentação do trabalho no dia de Natal, só para mostrar que protestavam contra a observação desse dia.
Mas nós cremos que protestavam tão radicalmente, que desejamos como descendentes seus aproveitar o bem acidental conferido há esse dia, e deixar que os supersticiosos sigam com suas superstições. Vou de imediato ao ponto que tenho que comentar-lhes.