psicologia organizacional
José Carlos Zanelli
Professor do Depto. de Psicologia da Universidade Brás Cubas, de Mogi das Cruzes.E.S.P.
Malvezzi (1979, p.126), após investigar as atividades dos psicólogos profissionais de recursos humanos na Grande São Paulo, afirma que os psicólogos "não possuem modelos referenciais de organização que lhes forneçam uma visão dos processos organizacionais". Isto porque, entre outras coisas, as próprias escolas de Psicologia não demonstram preocupação maior pelos efeitos do seu produto no meio histórico-social. Além disto, lembremo-nos da organização como realidade complexa que é, uma rede intrincada de variáveis, de difícil apreensão. Tudo contribui para tornar os psicólogos, em sua maioria, agentes de manutenção do status quo, reprodutores de objetivos técnicos, sem poder de intervenção nos processos decisórios organizacionais.
Fala-se, de alguns anos para cá, em uma crise de identidade do psicólogo, quer atue em pesquisa, em consultório, no magistério, ou em instituições. Isto é particularmente verdadeiro para a Psicologia Organizacional, conforme constata-se em um texto intitulado Psicologia organizacional: qual é o papel desta comissão? do Jornal do CRP-06 (janeiro de 1984, p.4): "A área organizacional é, com certeza, a menos definida em termos de Psicologia. Até há pouco tempo, a atuação do psicólogo nas empresas era vista como essencial apenas e tão somente na seleção de pessoal. Hoje, esta área de atuação está sendo ampliada e, nesta fase de transição, ainda resta muito espaço a ser conquistado, tanto na busca de espaços específicos dos psicólogos, quanto naqueles compartilhados com outras categorias profissionais".
Se considerarmos o objeto de trabalho da atuação em Psicologia Organizacional como as relações entre as condições de ajustamento da organização em seu ambiente, das relações de interdependência de seus subsistemas e os fatores que determinam tais relações — isto tudo no que