Pescadores do Litoral começam a receber indenizações
Cerca de três meses após a Gazeta do Povo revelar o drama de pescadores que desconheciam ter direito a indenizações pagas pela Petrobras, parte dos trabalhadores foi chamada para receber o dinheiro da compensação por dois desastres ambientais ocorridos em 2001 no Litoral paranaense: o vazamento de óleo do poliduto Olapa e o vazamento de nafta do navio Norma. Por causa dos dois desastres, ao menos 6 mil pescadores, catadores de caranguejo e marisqueiros tiveram suas atividades interrompidas por quase oito meses.
Em abril deste ano, a reportagem encontrou ao menos 18 pescadores que ignoravam a existência de indenizações parciais liberadas pela Justiça e sacadas pelo escritório da advogada Cristiane Uliana, que os representa. Após a repercussão do caso, ao menos seis receberam o recurso e quatro continuam à espera da compensação. A reportagem tentou, por diversas vezes nos últimos meses, entrar em contato com Cristiane e com o advogado dela, mas ninguém quis comentar o caso.
NEGOCIAÇÃO
Sem consenso com advogada, trabalhadores ficam a ver navios
Após quase ter morrido no mar em um acidente de barco que o deixou deficiente visual, Manoel Crisanto Mendes, de 59 anos, vive no bairro Beira Rio, em Paranaguá. Em maio de 2013, de acordo com comprovantes bancários, foram sacados R$ 40.680 da conta judicial de Mendes, que desconhecia a existência da ação. Ele e a irmã, Isabel, foram até o escritório da advogada Cristiane Uliana, mas até agora não conseguiram receber o valor.
“Tenho fé em Deus que vamos receber esse dinheiro de que tanto precisamos. A advogada não nos recebeu, mas a secretária dela prometeu entrar em contato para nos dar informações sobre o dinheiro do Manoel, o que ainda não ocorreu”, conta Isabel. Manoel sofre de epilepsia e o dinheiro vai ajudar nas despesas da casa e dos remédios contínuos que ele precisa tomar.
O pescador João de Deus Cunha conta que foi chamado pelo escritório da advogada, mas