Psicologia no cotidiano

1603 palavras 7 páginas
Embora o filósofo francês Auguste Comte tenha dito que a Psicologia como ciência natural não seria possível, a não ser como uma ciência intermediária, para Immanuel Kant, a Psicologia só poderia existir situando-se entre a Biologia e a Sociologia. Hoje, depois de tantos anos, podemos ver que, felizmente, ambos estavam errados. De forma geral, a Psicologia vem se desenvolvendo substancialmente em seus vários campos de estudo desde seu surgimento, no século XIX. Este campo vai da ampliação da participação junto às ciências médicas, aos projetos de psicologia comunitária e de emergência, envolvendo ações em comunidades e outros grupos sociais. Neste processo, invariavelmente, vai se delineando a necessidade de diálogo com outras disciplinas científicas, ligadas às Ciências da Natureza e às Ciências Humanas. Dentre estas, vamos falar neste texto sobre a possibilidade de diálogo com a Sociologia, a partir de contribuições bastante fecundas trazidas por um dos expoentes da Sociologia contemporânea: Zygmunt Bauman.
Zygmunt Bauman, nascido em 1925, sociólogo polonês, é um dos autores mais importantes da atualidade. Entre os temas que desenvolve em sua prolífica obra teórica, está a passagem da modernidade chamada por ele “sólida” para uma modernidade “líquida”, com alterações estruturais profundas. A ambivalência, a incerteza e o medo contemporâneos, seus usos e funções na dinâmica social do mundo “líquido-moderno”, como ele o chama, bem como a globalização e suas conseqüências sobre a vida dos seres humanos e sobre os processos de subjetivação tiveram espaço em sua obra, com abordagens bastante críticas e enriquecedoras.
Bauman iniciou sua carreira na Universidade de Varsóvia, onde ocupou a cátedra de sociologia geral. Teve artigos e livros censurados e em 1968 foi afastado da Universidade. Logo em seguida emigrou da Polônia, reconstruindo a sua vida no Canadá, Estados Unidos e Austrália, até chegar à Grã-Bretanha, onde em 1971 se tornou professor titular de

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