Psicologia do Desenvolvimento e as Teorias da Aprendizagem
Genie aparentemente se portava como uma criança normal, até que com a idade de vinte meses, quando iria começar a aprender a falar, um médico anunciou que ela teria um lento desenvolvimento, e provavelmente seria “retardada”. O pai de Genie levou este diagnóstico ao extremo e, com o intuito de protegê-la, privou-a de todo contato com a sociedade. Genie passava os dias presa a um penico e, à noite, quando não era ali esquecida, era colocada num berço fechado com barras de aço. Sempre que tentava falar, seu pai lhe batia e proibia qualquer pessoa de lhe dirigir a palavra. Durante este período, Genie ficou presa sem manter qualquer contato linguístico com quem quer que fosse. Viveu praticamente os seus primeiros 13 anos de vida em total isolação com o mundo e com a sociedade, até que foi descoberta pelas autoridades de Los Angeles no dia 4 de Novembro de 1970. Quando foi descoberta, Genie desconhecia a linguagem, não andava normalmente e obteve um desempenho equivalente ao de uma criança de quinze meses de idade em um teste cognitivo. Devido a este isolamento, Genie tornou-se quase muda e babava-se como uma criança, sendo capaz de pronunciar apenas algumas palavras como stop e no more. Emitia sons de bebê e ainda usava fraldas. Quando esta menina foi descoberta e o caso tornado público, ela foi levada para o hospital infantil em LA, onde cativou os médicos e os cientistas e, por outro lado, provocou um enorme alvoroço em todos os cientistas da psicologia humana, já que este era um caso raríssimo na nossa sociedade. Quase não existiam relatos reais de seres humanos a quem foram privados da sua infância e, consequentemente, dos ensinamentos básicos desta, como por exemplo, a linguagem. Exceto o caso do menino Victor de Aveyron, uma criança selvagem que foi encontrada nos bosques próximos ao povoado de Saint-Serin, no sul da França em 1798, sendo adotado então pelo educador francês Jean Marc Gaspard Itard.