Psicologia da tirania
O texto dos autores S. Alexander Haslam e Stephen D. Reicher dizem respeito aos comportamentos autoritários e brutais que dependem da personalidade e da organização social. Grupos não suprimem valores e crenças pessoais, mas tendem a acirrar características individuais.
Imagens de desumanidade e atrocidades estão gravadas em nossa memória. Quando refletimos sobre esses fatos, uma pergunta é inevitável: O que faz com que as pessoas sejam tão brutais? Elas têm problemas psiquiátricos? São produtos de famílias desajustadas? As pesquisas mais recentes estão abrindo novos caminhos para a explicação desses enigmas.
As perguntas sobre a crueldade coletiva foram responsáveis por alguns dos maiores desenvolvimentos da psicologia social desde a Segunda Guerra Mundial, marcada pelo horror do Holocausto, os cientistas têm procurado saber como pessoas, aparentemente civilizadas e decentes, podem perpetrar atos tão pavorosos.
Inicialmente, os teóricos procuraram explicar o comportamento patológico de alguns grupos por meio do estudo da psicologia individual. Hannah Arendt acompanhou, em Jerusalém, o julgamento de Adolf Eichmann, um dos principais mentores do Holocausto. Ela concluiu que o acusado, longe de apresentar uma “personalidade sádica e pervertida”, eram um homem comum e simples. Arendt afirmaria que Eichmann era a encarnação da “banalidade do mal”.
O psicólogo social, Mazufer Sherif, descobriu que meninos em idade escolar se tornavam cruéis e agressivos com seus colegas quando colocados em grupos que tinham de competir por recursos escassos.
Muitos experimentos foram realizados nesta linha de pesquisa, iniciada por Arendt, o ponto culminante destes estudos foi o “experimento do prisioneiro”, realizado pelo psicólogo Zimbardo. A pesquisa distribuiu, aleatoriamente, estudantes universitários nos papéis de prisioneiro ou de guarda numa prisão simulada. Estudaram-se a dinâmica intra e a intergrupal por duas semanas. Os guardas exerceram poder de