Psicologia cultural
De acordo com definição explanada por Fernando Lacerda Júnior (2011), a Psicologia Cultural objetiva analisar os problemas psicológicos para identificar quais são seus aspectos culturais, a fim de compreender como eles operam na organização psíquica do indivíduo. Essa investigação também contempla um cunho um tanto revolucionário, pois, pretende caso necessário, reformular as estruturas culturais que deflagram determinados comportamentos, visto que estes são constructos culturais, a intervenção também deve contemplar a conjuntura cultural.
Vale salientar que a perspectiva da Psicologia Cultural adotada pelo pesquisador não está vinculada à vertentes que entendem os fenômenos psicológicos como eventos individuais, exclusivamente subjetivos que encaram a cultura como oriunda de significados singulares e simbólicos. Ele também nega a corrente evolucionária na qual associa o comportamento humano perante a mesma conjuntura cultural do comportamento animal. Essa postura perde as vantagens de observar a cultura como um fenômeno adaptativo único que determina a vida em sociedade. A Psicologia Cultural também se difere da Psicologia Intercultural, em virtude da sua mera aplicação de uma corrente psicológica no estudo de uma cultura.(JÚNIOR, 2011).
Para o autor a cultura é um complexo composto de três fatores macro culturais: instituições sociais/políticas, conceitos culturais e infra-estrutura física e artefatos. Com o intuito de explicar como estes fatores influenciam a vida dos sujeitos, o autor recorre a Ratner (2006):
Seres humanos constroem instituições físicas e sociais, artefatos e conceitos para superar as limitações de forças, conhecimento, informação sensorial e habilidades corporais. Macroestruturas combinam a potência, o conhecimento, as habilidades e a criatividade de muitas pessoas em ações sociais, físicas e conceituais coordenadas. Assim, as pessoas tornam-se membros de macroestruturas, tornam-se