PSICODINAMICA DO TRABALHO
O trabalho pode ser visto como um mero ganha-pão, ou como a parte mais significativa da vida interior, pode ser encarado como uma expiação ou como uma expressão exuberante de si mesmo (MILLS, 1976, p. 233).
A preocupação com a relação homem-trabalho não é recente. Presente desde os primórdios dos tempos, tal preocupação se intensifica com o advento da industrialização. Produtividade, melhor posicionamento da empresa no mercado competitivo, além da qualidade de vida no trabalho são questões permeadas pela relação do homem com o trabalho.
Dejours, médico francês, com formação em psicossomática e psicanálise, pesquisador da Psicodinâmica do Trabalho, alerta para o que chama de “paradoxo psíquico do trabalho”, afirmando que para uns, o trabalho pode ser fonte de prazer, enquanto para outros, o trabalho é visto como causa de fadiga e sofrimento (DEJOURS, ABDOUCHELI e JAYET, 1994, p. 22).
Em um texto já bastante antigo, Mills ao analisar o significado do Trabalho, revela que ao longo da história da humanidade, o termo “TRABALHO” já esteve mais relacionado à pena, ao sofrimento, do que ao prazer.
Para os gregos antigos, o trabalho deveria ser realizado apenas pelos escravos, já que embrutecia a alma e o espírito. Para os hebreus o trabalho era fruto da condenação de Deus pelos pecados. Já os primeiros cristãos acreditavam que o trabalho era sim uma punição ao pecado, mas servia ao propósito de “afastar os pensamentos maus provocados pelo ócio”. Só com Lutero, o trabalho adquire certa importância ao ser associado aos dons apresentados pelo apostolo Paulo, nas Escrituras Sagradas (MILLS, 1976, p. 234).
A partir da análise da relação Homem-Trabalho, Mills formula a hipótese de que a satisfação que o ato de trabalhar pode proporcionar ao trabalhador está mais relacionada aos fatores extrínsecos a ele, do que aos fatores intrínsecos. O autor destaca como um das fontes de satisfação do trabalho, a