Psicanálise da Educação
1- O Conceito de Inconsciente em Freud: O Determinismo Psíco
1.1 TEORIA DO INCONSCIENTE E O DETERMINISMO PSÍQUICO
Para a compreensão do conceito de inconsciente em Freud, necessitaremos abordar vários outros conceitos como: os elementos deste inconsciente; os princípios que o regem; a noção de pulsão; o mecanismo do recalque; sonhos e outras manifestações de seu trabalho. Freud, em seu texto “O Inconsciente” esclarece que:
Ela [a suposição do inconsciente] é necessária porque os dados da consciência apresentam um número muito grande de lacunas; tanto nas pessoas sadias como nas doentes ocorrem com freqüência atos psíquicos que só podem ser explicados pela pressuposição de outros atos, para os quais, não obstante, a consciência não oferece qualquer prova. (...) esses atos se enquadrarão numa ligação demonstrável, se interpolarmos entre eles os atos inconscientes sobre os quais estamos conjeturando. (...) a suposição da existência de um inconsciente nos possibilita a construção de uma norma bem sucedida, através da qual podemos exercer uma influência efetiva sobre o curso dos processos conscientes (...). (Freud, 1915, p.192).
A princípio o inconsciente é aquilo que está fora do alcance da nossa consciência. Porém, questionamos como comprovar a existência de algo que não se tem consciência, não se localiza em lugar algum, mas que entretanto constitui e determina a estrutura de cada sujeito? A medida em que, por constituição, não se tenha a consciência do inconsciente como identificá-lo?
Assim, é o conceito de determinismo psíquico que permite a elaboração do raciocínio freudiano de Inconsciente. Este princípio afirma que para todo e qualquer evento há uma causa. Nada ocorre ao acaso. Se um evento parece ocorrer espontaneamente, ao investigá-lo descobriremos os elos entre tal evento e pensamentos anteriores, ocultos no inconsciente. Então, sempre há uma conexão entre os pensamentos, e tal conexão pode ser explicada a partir de