psicanalise e educação

O educador deve se reconciliar com a criança que há dentro dele , mas é uma pena que ele tenha se

esquecido de como era mesmo essa criança! E a conclusão, ao final de tudo : a Educação é uma profissão

impossível.

(KUPFER in FILHO, 1989, p.50)

É pensando nesta proposição que podemos iniciar questionando- nos a respeito do papel da

psicanálise para a educação, e mais do que isso, sobre o papel do educador e da instituição escolar

em si na formação do sujeito. Em que poderia a psicanálise auxiliar no desenvolvimento humano?

A psicanálise passou a ser uma área de estudo abarcada pela Pedagogia a partir do momento

em que passou-se a pensar a educação como uma série de processos relacionados à práticas

socioculturais. Quando passamos a colocar o educando como centro da relação educacional

passamos a pensa-lo como indivíduo e a partir daí a procurar entendê-lo como tal e desta maneira

a buscar formas de entender seus processos psíquicos passou a ser cada vez mais forte. Desta

maneira ainda podemos encarar a psicanálise como uma forma de entender não apenas os processos

psíquicos em seu âmbito biológico, como fazem as psicologias do desenvolvimento, por exemplo,

mas, de acordo com Assunção, a obra de Freud procura uma abordagem que investiga a relação do

homem com a “civilização”.

A educação como instrumento de desconstrução da barbárie

Pensando nesta abordagem de estudo da psicanálise, ao nos debruçarmos sobre os escritos

de Walter Benjamin poderemos notar que ele pensa a educação por um viés muito semelhante

A maior tarefa da educação é permitir que as ânforas se quebrem. Isto é, criar homens

que não permaneçam isolados nem represem o fluxo da vida, que vinculem o patrimônio

cultural à experiência coletiva, que reabram processos de narração do humano (NUNES,

2011, p.99).

Ou seja, pela perspectiva de Benjamin, a educação tem a