Prática de ensino
Uma reflexão sobre política e democracia
Podemos falar de política como a arte de governar, de gerir os destinos da cidade; aliás, etimologicamente política vem de polis (cidade). A palavra democracia vem do grego demos (povo) e kratia, de krátos ( governo, poder, autoridade). Historicamente, consideramos os atenienses o primeiro povo a elaborar o ideal democrático, dando ao cidadão a capacidade de decidir os destinos da polis ( cidade – estado grega). Povo habituado ao discurso encontra na ágora (praça pública) o espaço social para o debate e o exercício da persuasão. (*Vários eram excluídos do direito à cidadania e poucos detinham efetivamente o poder.)
O ideal democrático reaparece na história, com roupas diferentes, ora no liberalismo, ora exaltado na utopia de Rousseau, ora nos ideais socialistas e anarquistas.
Nunca foi possível evitar que , em nome da democracia, conceito abstrato, valores que na verdade pertenciam a uma classe apenas fossem considerados universais. A Revolução
Francesa se fez sob o lema “Igualdade, Liberdade, Fraternidade”, e sabemos que foi uma revolução que visava interesses burgueses e não populares.
A institucionalização do poder
A Idade Moderna promove uma profunda mudança na maneira de pensar medieval, que era predominantemente religiosa. Ocorre a secularização da consciência, ou seja, o abandono das explicações religiosas, para se usar o recurso da razão. Essa transformação se verifica nas artes, nas ciências, na política. À tese de que todo poder emana de Deus , se contrapõe a origem social do pacto feito pelo consentimento dos homens. A legitimação do poder se encontra no próprio homem que o institui.
Para ilustrar o caráter divino do poder no pensamento medieval, veja-se Jean Bodin
(1530 – 1596): jurista e filósofo francês, que defendeu em sua obra A República, o conceito do soberano perpétuo e absoluto, cuja autoridade representava a vontade de Deus. Assim, todo aquele que não se submetesse