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Haldor Omar - professor@omar.bio.br
I - O MOVIMENTO ESTUDANTIL E A REVOLUÇÃO
Localizar o papel que cumpre o movimento estudantil no processo revolucionário requer que aprofundemos nossa compreensão das causas estruturais e das tendências dos fenômenos políticos e econômicos do sistema capitalista mundial.
01. Para que se possa posicionar que papel histórico poderá ser desempenhado por qualquer classe, setor ou camada social numa determinada sociedade, é preciso antes compreender que lugar ocupa esta classe, setor ou camada na organização de sua economia. Os estudantes, que se caracterizam especificamente pela atividade intelectual que exercem, fazem parte de um setor social - a intelectualidade - que não constitui uma classe por si, já que não ocupa uma posição própria no sistema de relações de produção.
02. E que relação há entre a intelectualidade e as classes sociais? Gramsci afirmava que
"cada grupo social, nascendo de uma função essencial no mundo da produção econômica, cria para si uma ou mais camadas (de intelectuais) que lhe dão homogeneidade e consciência da própria função, não apenas no campo econômico, mas também no social e no político". Dessa forma, podemos distinguir dois tipos de intelectuais: os vinculados à classe dominante, que cumprem a função social de organizar política, economica e ideologicamente a velha sociedade em declínio; e aqueles que emergem junto ao proletariado, refletindo nos campos da ciência e da ideologia os interesses históricos dessa classe, cumprindo o papel de organizá-la, educá-la e discipliná-la para a conquista do poder político e na execução de suas tarefas revolucionárias.
03. Como, em parte, já vimos na tese 01, o intelectual não possui ser de classe em si. Além do fato de ele não ocupar posição própria no sistema de relações de produção, o objeto de sua atividade - a teoria - possui uma relativa autonomia diante do