Proposta espiritual
A espiritualidade hodierna está muito longe disso. Os papéis se inverteram e o que se vê no cotidiano é uma espiritualidade mística (em resposta à espiritualidade racional da modernidade), em que o ser humano cria um deus a sua imagem, tornando-se, assim, idólatra (Sl 135. 15-18).
Rotineiramente isso é visto no gueto evangélico. Onde Deus existe para servir à humanidade, Ele é apenas um intermediário, o que se busca é a “bênção”. O propósito da frequência ao culto é receber o favor divino, nesse ambiente se aprende a manipular Deus; “reivindicando direitos”, “decretando” bênçãos e “negociando a prosperidade”. Os dons espirituais servem para autopromoção, quem os exibe são considerados como verdadeiros santos; o crente é avaliado como espiritual tendo por base as manifestações dos dons que lhes são concedidos. A fé é meramente exposta como uma habilidade de instrumentalizar os poderes divinos em benefício próprio, seu fundamento está no “poder”; “serve-se” a Deus pelo o que Ele pode dar não pelo o que Ele É (1Jo 4.8).
Urge que deixemos de lado a omissão típica do brasileiro, e lutemos pela proposta espiritual das escrituras. Vamos assumir a posição de servo/sacerdote, cumprindo a vontade de Deus na terra como ela é feita no céu (Sl 103.19; Mt 6.10; Mc 1.15; 2Pe 2.9-12); Deus não é intermediário, Ele é o alvo (Mt 6.33; Lc 11.9-13), é nossa obrigação o buscarmos intensamente (Sl 42.1; Sl 63.1). Por isso, entramos “pelas portas dEle com gratidão” (Sl 100.4), admitindo que já estamos no lucro pelo simples fato de estarmos