Introdução teórica sobre seqüências didáticas
A utilização de seqüências didáticas na pesquisa em educação em ciências
Méheut (2005) considera que a proposição e aplicação de seqüências de ensino-aprendizagem (teaching-learning sequences – TLS) surgiu como uma tentativa de dar respostas às pesquisas sobre concepções informais dos alunos nos anos 70 e 80. Desde então outras questões emergem na busca de estruturas gerais que possam ser usadas por pesquisadores para desenvolver tais seqüências e para analisar os seus resultados. Segundo a autora, algumas abordagens podem ser adotadas no planejamento de TLS e para carcaterizá-las apresenta um modelo que define quatro componentes básicos a serem considerados – professor, alunos, mundo material e conhecimento científico – conforme figura abaixo:
Na representação acima duas dimensões podem ser consideradas quando uma TLS é proposta: a dimensão epistêmica e a dimensão pedagógica. Na primeira dimensão podem ser considerados os processos de elaboração, métodos e validação do conhecimento científico que podem significá-lo com relação ao mundo real. Na segunda dimensão, são pensados aspectos relativos ao papel do professor, interações professor-aluno e aluno-aluno. A partir da figura, Méheut (2005) faz uma ilustração apresentando características de duas abordagens tradicionais da pesquisa na proposição de TLS: uma na qual fica evidenciada a relação dos alunos com o mundo real a partir da consideração de suas concepções informais e das suas formas de elaboração conceitual (abordagem do “conflito cognitivo” – eixo material world - STUDENTS); e outra na qual uma maior atenção é dada às relações entre conhecimento científico a ser ensinado e mundo material e à gênese histórica desse conhecimento (abordagem “epistêmica” – eixo scientific knowledge – material world). Uma terceira abordagem apresentada pela autora – “construtivista integrada” – considera conjuntamente as dimensões