Projeto
Existe nos atendimentos clínicos ou ambulatoriais uma parte visível e concreta a ser cuidada pelo fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional que se apresenta através de um corpo orgânico, anatômico, fisiológico, biomecânico, que podemos facilmente perceber. Porém, sob a ótica relacional, acreditamos ser preciso reconhecer que o ser humano não se reduz a um corpo a ser “consertado” ou de uma mente a ser desenvolvida.
Nosso corpo é a nossa presença no mundo. É o lugar no qual vivemos, sentimos e percebemos, ou seja, é o lugar de nossa identidade. É a sede de todos os nossos investimentos afetivos positivos e negativos.
Cada vez mais neste novo milênio se faz urgente e necessário que lancemos um olhar além do sintoma para compreendermos o essencial que muitas vezes é invisível aos olhos.
Neste sentido, dizemos em Psicomotricidade Relacional que é preciso aprender a escutar aquilo que não é dito, levando em consideração que o sofrimento do corpo nos fala freqüentemente de um outro tipo de sofrimento que não encontra outra forma de expressão que não seja através da enfermidade corporal. Às vezes é preciso adoecer o corpo para pedir um pouco de cuidado, aquele cuidado que muitas vezes nos negamos a receber e muito mais a pedir.
Entretanto, para o profissional engajado neste tipo de relação de ajuda, além de ser capaz de fazer este tipo de escuta, é preciso aprender a responder também corporalmente, através de uma atitude de empatia corporal, sem a necessidade da utilização de palavras