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Projeto vai incentivar o 'tijolo verde' Envie para um amigo Em São Miguel
Famílias de olarias são orientadas a reflorestar áreas para ter lenha
CASTANHAL
Do correspondente
Apesar da iniciativa de alguns empresários do setor cerâmico de São Miguel do Guamá, de trocar a lenha pelo caroço de açaí e o pó de serragem para queimar as peças de tijolo e telha, o parque cerâmico daquele município ainda queima por mês pelo menos 80 mil metros cúbicos de madeira. Das mais de 40 olarias existentes em São Miguel apenas seis conseguiram se adaptar à queima com aqueles dois resíduos, o que lhes deu um ganho extra, através do pagamento via crédito de carbono, além de credibilidade no mundo dos negócios, pela iniciativa de sustentabilidade ecológica. Com a construção civil se expandindo e consumindo cada vez mais telhas e tijolos, cresceu a produção dessas peças. Hoje, São Miguel produz 50 milhões de peças por ano.
Segundo o presidente do Sindicato da Indústria Cerâmica de São Miguel de Guamá e Região (Sindcer), Raimundo Gonçalves Barbosa, hoje os resíduos de pó de serragem e de caroço de açaí ainda são abundantes. Mas que vem crescendo a concorrência, principalmente de empresas internacionais de perfil ecológico, interessadas em fabricar briquetes, um biocombustível sólido, oriundo de um processo de fabricação feito a partir da compactação de resíduos sob pressão e temperatura elevadas. O objetivo dessas empresas é fazer com que o uso de briquetes substitua os combustíveis fósseis, trazendo vantagens ambientais. "Essas empresas querem, aqui no Pará, usar justamente pó de serragem e o caroço de açaí. E isso pode fazer com que esses resíduos fiquem escassos ou levar os preços às alturas", alerta Barbosa.
Essa perspectiva preocupa todos em São Miguel. E foi por isso que a Câmara Municipal de São Miguel realizou, no início deste ano, uma sessão especial para tratar do assunto. Foi convidado o presidente do Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado (Ideflor),