PROJETO SOCIAL
FILOSOFAR E A PRENDER A VIVER: A MORTE COMO ENIGMA DA VIDA
2.INTRODUÇÃO:
Ao falar sobre a finitude humana, abre-se uma gama de possibilidades de acesso à consciência do homem ao conhecimento de si mesmo, isso implica numa atitude que se convencionou chamar de filosofar. Tratando-se de morrer e filosofar, a filosofia, por sua vez, deve ser o exercício que ensina a morrer, ou seja, ensinar a não encarar a morte com horror, pânico ou irritação. Esse é o eixo temático e fundamental de um dos discursos platônico sobre a morte como se segue: “em verdade estão se exercitando para morrer todos aqueles que, no bom sentido da palavra, se dedicam à filosofia, e o próprio pensamento de estar morto é para eles, menos que para qualquer outra pessoa, um motivo de terrores!”1 Escolher a filosofia2 é para Platão converter-se ao mundo inteligível para habitar o mundo sensível3 de forma mais coerente, escolhendo o que é verdadeiro, e necessário, desvinculando-se das aparências, desse modo, a morte aparece como que imbricada na vida, mas um termo de uma vida terrestre e uma passagem, um acesso a um mundo ideal. Finalizando o capítulo lançou-se o seguinte questionamento: não seria um dos sentidos da filosofia o de ser, ou poder ser, um ensinamento para a vida humana?
Segundo Luc Ferry a problemática da morte pode servir para que a vida seja mais valorizada, isto é, vivida com sabedoria, mas uma sabedoria baseada no amor, no principio da individuação base do novo humanismo. Segundo o referido autor:
Já lhe disse que essa sabedoria do amor deve ser elaborada por cada um de nós e, sobretudo, em silêncio. Mas acredito que devemos à margem do budismo e do cristianismo, aprender, enfim a viver e amar como adultos, pensando, se necessário todos os dias na morte. Não por fascinação mórbida. Ao contrário, para procurar o que convém aqui e agora, na alegria, com aqueles que amamos e que vamos perder, a menos que eles nos percam antes. Estou certo de que, embora