Projeto político-pedagógico da escola na perspectiva de uma educação para a cidadania
Hoje, discute-se este tema porque a questão do projeto da escola é problemática, isto é, representa um desafio para todos os educadores. Se há algumas décadas a escola se questionava apenas so-bre seus métodos, hoje ela se questiona sobre seus fins.
Até muito recentemente a questão da escola limitava-se a uma escolha entre tradicional e moderna. Essa tipologia não desapareceu, mas não responde a todas as questões atuais da escola. Muito menos à questão do seu projeto. A crise paradigmática também atinge a escola e ela se pergunta sobre si mesma, sobre seu papel como instituição numa sociedade pós-moderna e pós-industrial domi-nada pela globalização da economia e da comunicação, pelo pluralismo político e pela emergência do poder local politicamente democrático e cultural-mente diverso. São tendências complementares: cresce a reivindicação pela autonomia, contra toda forma de uniformização; cresce o desejo de afirmação da singularidade de cada região, de cada língua. A multiculturalidade é a marca mais significativa do nosso tempo.
O que é projeto?
A escola necessita apenas de um projeto pedagógico ou de um projeto politico-pedagógico?
Freqüentemente se confunde projeto com um plano. Certamente o plano dire-tor da escola como conjunto de objetivos, metas e procedimentos faz parte do seu projeto. Mas não é todo o seu projeto.
Isso não significa que objetivos, metas e procedimentos não sejam neces-sários. Mas eles são insuficientes, pois, em geral, o plano fica no campo do instituído, ou melhor, no cumprimento mais eficaz do instituído. Um projeto neces-sita sempre rever o instituído para, a partir dele, instituir outra