PROJETO LUCIANA HARTMANN
INTRODUÇÃO:
Este projeto consiste na pesquisa das possibilidades dramáticas existentes na interpretação, por contraste e/ou aproximação, de duas diferentes figuras cênicas: um personagem-narrador e um personagem atuante.
A idéia é resgatar teatralmente algo que verifica-se em diferentes povos e em diferentes períodos e que de forma muito próxima participa do cotidiano, esta manifestação do imaginário que se dá através da narração/ invenção de histórias, até o momento da mímesis, onde o narrador não apenas apodera-se da narrativa, como passa a fazer parte dela, a vivê-la.
“No decorrer da História, (...) o NARRADOR foi progressivamente se ocultando, ou atrás de outros narradores, ou atrás dos fatos narrados(...); ou mais recentemente, atrás de uma voz que nos fala, velando e desvelando, ao mesmo tempo, narrador e personagem, (...)”. A partir desta definição da professora Lígia Chiappini, verifica-se a possibilidade, a partir da literatura oral ou escrita, de interpretação das figuras do narrador e do objeto narrado, o personagem. Assim sendo, este Projeto visa a pesquisa, através de pontos básicos recolhidos entre diferentes métodos interpretativos, das sutilezas e dos emaranhados desta “passagem” entre quem narra (o passado) e quem vive (o presente).
JUSTIFICATIVA :
AS ORIGENS:
- A Narrativa Sagrada/ A Narração Coletiva
A narração de histórias surge com os primeiros grupos humanos, quando o homem procurou, de alguma maneira, comunicar-se com seu semelhante, contando-lhe o que viu, o que viveu. Como se sabe, os registros que temos destes tempos primitivos são de ordem material: pinturas, ferramentas, indícios de fogueiras em cavernas... Mas se não sabemos exatamente como estes homens se comunicavam (oralmente), temos indicações de que, até mesmo por uma questão de sobrevivência, reuniam-se freqüentemente ao redor de uma fogueira. E o que faziam então nestas ocasiões?
Num período chamado por Arnold