Projeto genoma humano
Salmo Raskin
Decifrar códigos sempre foi um grande desafio para a espécie humana. No século XIX Champolion decodificou os hieróglifos egípcios. O famoso poeta norte-americano Edgar Allan Poe, que viveu de 1809 a 1849, deixou alguns poemas em taquigrafia que até hoje, 155 anos depois de sua morte, não puderam ser decifrados. Nos anos 60, Gerald S. Hawkins deduziu os mistérios de Stonehenge. Em 1985, Thierry Gaudin publicou o seu revolucionário Secret Code of the Bible (O Código Secreto da Bíblia).
O dia 26 de junho de 2000 ficará marcado por décadas, talvez até séculos, na historia da humanidade. Nessa data foi revelado o segredo do código dos códigos, o código da vida. Naquele dia, o homem desvendou um segredo que a natureza guarda a sete chaves por milhões de anos: a ordem correta das substâncias bioquímicas que compõem o seu código genético. Foi uma jornada de 10 anos de pesquisas em centenas de laboratórios espalhados por mais de 20 países do mundo, todos com o mesmo objetivo: decifrar o código da vida.
O ser humano quando recém-nascido tem cerca de 26 bilhões de células e um adulto tem cerca de 50 trilhões. No centro de cada uma destas células está o nosso Genoma. O termo GENOMA refere-se ao conteúdo total de material genético de um organismo, seja este uma bactéria, um vírus, uma mosca ou um humano. Desvendar os segredos do Genoma Humano, por razões óbvias, era um projeto ambicioso. Filosoficamente, esta ambição talvez tenha iniciado em 1969, quando o homem se frustrou ao compreender que não encontraria na Lua, a milhões de quilômetros de distância, as respostas para os enigmas mais cruciais do ser humano: “De onde nós viemos? Quem somos? Para onde iremos?”. A frustração de não encontrar as respostas para estes enormes dilemas com a conquista do espaço, fez com que os cientistas fossem procurá-las em outro lugar. Talvez estas informações estivessem na verdade escondidas