Projeto Drogas
INTRODUÇÃO: O adicto de drogas, a partir de uma visão construída historicamente, tem sido marginalizado, desvalorizado, desqualificado, segregado e ignorado, fatos estes que fazem com que o indivíduo seja visto como um dos “lixos” da sociedade. Faz também com que a questão seja vista focando a história privada, particular, interna, do indivíduo; raras são as vezes em que o problema é analisado nas suas condições e emergência histórico-econômica-político-social, ou seja, como a drogadicção vincula-se aos processos de produção subjetivo-contemporânea.
E o Estado, tem um papel importante nessa questão das drogas. A política Nacional sobre Drogas, aprovada pela Resolução nº3/GSIPR/CH/Conad, de 27 de outubro de 2005, garante que
O Estado deve estimular, garantir e promover ações para que a sociedade (incluindo os usuários, dependentes, familiares e populações específicas), possa assumir com responsabilidade ética, o tratamento, a recuperação e a reinserção social, apoiada técnica e financeiramente, de forma descentralizada, pelos órgãos governamentais, nos níveis municipal, estadual e federal, pelas organizações não-governamentais e entidades privadas.
Tradicionalmente, o que se observa é que os procedimentos terapêuticos no tratamento de dependentes químicos são pautados pela desintoxicação e abstinência, apenas. Não ocorre o acento, nesses procedimentos, na possível resignificação da vida, não se estimula o questionamento e a construção de novas possibilidades de vida. Apenas ensina-se a viver abstinente por um tempo, não preparando o drogadicto para os encontros que a vida lhe proporcionará.
A idéia de basear o tratamento na abstinência ou na chamada desintoxicação parece não trazer mudanças para a vida da pessoa. [...] A idéia simples é “seqüestre”, “retire”, “suprima”, você acaba suprimindo a relação, a vontade do sujeito, por um tempo, mas depois ela reaparece, ou seja, não