Projeto de Pesquisa sobre Educação X Familia na pedagogia
“Observar é, evidentemente, registrar o que se pode ser constatado. Mas registrar e constatar, é também analisar, é ordenar o real em formulas, é crivá-lo de questões” Henri Wallon
Henri Wallon (1879-1962) foi um cientista socialmente engajado, cujo trabalho nunca ficou restrito aos laboratórios. Teve participação intensa em movimentos sociais, e políticos de sua época e elaborou uma teoria que nos oferece uma possibilidade de compreensão mais ampla do desenvolvimento infantil e da educação:
Adepto do materialismo histórico, Wallon supõe que a essência não seja anterior a existência, nem que a consciência psíquica, o sentimento de unidade e de coerência do eu preceda a organização entre as diversas modalidades sensoriais.
Compreender o desenvolvimento infantil através do olhar de Wallon é apreendê-lo completo, em sua dupla e interligada natureza orgânica e social. Isto implica dar os mesmos pesos e medidas aos diversos aspectos que constituem o desenvolvimento formado pela tríade movimento, afetividade e cognição. Esse olhar nos faz refletir sobre o modo fragmentado como a criança é tratada hoje e sobre a supervalorização que a escola confere ao cognitivo. É possível afirmar que tal perspectiva de escola não é compatível com as demandas de alunos com necessidades
Educacionais especiais.
O modelo tradicional de escola, com ênfase no ensino “conteudista” e homogêneo, não satisfaz as demandas do mundo contemporâneo que vive as contradições peculiares a crise do capital, com seus matizes de inclusão/exclusa social e educacional. Um mundo no qual a diversidade, em suas variadas dimensões, assume relevância na feitura de políticas sociais.
Consideramos que a psicomotricidade com base em Henri Wallon é um aporte valioso para o docente que pretende trabalhar o aluno em sua completude. Sua teoria de desenvolvimento opõe-se aos reducionismos (biológico e psicológico) e dualismos ( corpo e mente ) que tanto marcaram a educação e a psicologia. Sua