Progestão
“Como articular a função social da escola com as especificidades e as demandas da comunidade?”
Para compreender a função social da escola, é importante situá-la no mundo moderno, observando os múltiplos papéis exercidos por ela ao longo do tempo. Sua função social apresenta variações em diferentes momentos da história.
Independentemente de suas modificações no decorrer da história, a escola foi à instituição que a humanidade criou para socializar o saber sistematizado. No Brasil, temos a forte tradição de uma escola para poucos. Essa situação começaria a mudar já no século XX, depois da Proclamação da República. Ainda assim, por muito tempo, a escola exerceu uma função social excludente.
Percebe-se ao longo da história, que a escola tem exercido uma função social básica de transmissão do saber sistematizado. Mas, como fica a escola na sociedade do conhecimento? No Brasil de hoje, assim como em muitos outros países democráticos, a função da escola básica de transmitir o saber sistematizado não é um fim em si mesmo, mas o “meio para atingir a finalidade de desenvolver o educando de maneira plena, de preparar-lhe para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores” (LDB, art.22).
Observamos que o ideal de todos na escola ainda não foi totalmente atingido em muitas escolas e regiões por vários motivos. Apenas nas últimas décadas, e mais expressivamente nos últimos anos, é que o número de matrículas começou a crescer, indicando que crianças filhas de pais mais pobres, antes excluídas, estavam entrando na escola básica e nela permanecendo. Entretanto, logo se verifica que a maioria desses alunos não conseguia sucesso, sendo reprovados continuamente e/ou abandonando a escola. Tal situação levou a ser definida hoje, como prioridade no discurso pedagógico, a busca pela melhoria da qualidade do ensino.
Nesta perspectiva, estamos nesse século, com a dupla tarefa de resolver, ao mesmo tempo, problemas