professora
Há 80 anos, a mulher brasileira conquistava o direito de votar, mas com restrições. O sufrágio era assegurado somente às solteiras ou viúvas (com renda própria), ou àquelas que tivessem autorização do marido. Essa situação só mudou dois anos depois, com alterações no Código Eleitoral que derrubaram as discriminações. Em 1946, o voto tornou-se obrigatório para mulheres.
A conquista do voto, mesmo parcial, em 1932, só foi possível com a mobilização de um gru- po de mulheres que teve como sua porta- voz a professora Leolinda Daltro Figueiredo. Não se sabe muito sobre a vida pessoal desta brasileira que enfrentou com ousadia as discriminações impostas às mulheres, no Brasil do século XIX. Sabe-se que nasceu na Bahia, foi criada por uma avó e era descendente de Tupis e Timbiras.Teve cinco filhos e viveu a maior parte da sua vida no Rio de Janeiro.
A militância política de Leolinda teve duas frentes.
A primeira foi defender os direitos dos indígenas e sua inserção na sociedade, respeitando suas especificidades culturais. Alheia à pressão social, iniciou em 1896 peregrinação pelo interior do país com o objetivo de promover a alfabetização dos índios. Foi hostilizada e ridicularizada por vários setores da sociedade, especialmente a imprensa.
“Mulher do Diabo”, assim Deolinda foi chama- da durante sua passagem por Uberaba (MG). As críticas e perseguições não a intimidaram e ela percorreu o sertão durante quatro anos. A causa indigenista foi tema do seu livro “Da Catequese dos Índios do Brasil”.
A partir de 1910, passa a se dedicar à causa em defesa da cidadania plena para as mulheres. Fundou em dezembro daquele ano o Partido Republicano Feminino, com objetivo de mobilizar as mulheres na luta pelo direito ao voto.
Leolinda e suas companheiras de militância tra- varam uma luta árdua. Em 1917, elas