Professor
Para compreender a capoeira enquanto manifestação cultural é preciso compreender a história da colonização do negro no Brasil que sofreu perseguições e boicotes, precisando adaptar-se em sua forma de existência para sua preservação. Também devemos levar em conta o desenvolvimento histórico dessa manifestação para compreender melhor a representação social que ela possui na nossa sociedade.
A chegada do negro ao Brasil foi uma iniciativa das potências europeias que para tentar desbravar a América compravam os negros como mercadoria a África e obrigavam-nos a trabalharem como escravos. O trabalho do negro subsidiado ao europeu no Brasil representa uma forma de assegurar a posse das terras e um meio de desbravar esse continente novo, que na visão da Coroa Portuguesa deveria ser um gerador de riquezas.
Tendo o negro sob essa visão escravocrata e mercantilistas eram muitas vezes tratados feitos animais e submetidos a diversas condições sub-humanas, para evitarem que reagissem diante a essa exploração. Mesmo com tais empecilhos a escravidão nunca foi aceita pelo negro de forma passiva, se utilizando de fugas, suicídio e até agressões individuais aos opressores imediatos mesmo sabendo das consequências. Porém vale destacar que o que faltavam a eles é condições propícias para uma luta organizada e em massa, já que o senhores das terras mesclavam os escravos que falavam os diferentes dialetos na senzala para evitar rebeliões.
Com as invasões holandesas (1624-1630) a rigidez e a vigilância exercido nos escravos diminuem para expulsar os invasores, sendo vista pelo negro como uma possibilidade de fuga e ir de encontro a sua liberdade perdida. Essas fugas ocasionaram a criação dos quilombos, tendo o seu mais reconhecido como sendo o Quilombo de Palmares tendo o mestre Zumbi como líder. A constituição desses quilombos representou uma ameaça ao sistema vigente, o regime escravocrata, pois os negros sendo