Professor
Luiz Fernando Bernardino
No texto do antropólogo Roberto da Matta, Futebol: ópio do povo X drama de justiça social, o autor utiliza seu olhar antropológico para analisar o povo brasileiro e para isso leva em consideração o esporte, em especifico o futebol. Para tanto, Da Mata, ampara sua formulação em clássicos desta ciência, como os britânicos Max Gluckmam e Victor Turner e o francês Claude Levi-Strauss.
Da Matta descreve o futebol a partir de duas óticas diferentes, ora se comportando como parte construtora da identidade deste povo, pois para nós brasileiros, este esporte é tratado como algo sagrado, um verdadeiro ritual que vai muito além do que mais um jogo de azar (do inglês: gamble) como é tratado em outros países e ora apresenta o futebol como indicador dos conflitos de classes sociais existentes dentro desta sociedade hierarquizada e autoritária, como exemplo podemos comparar o público frequentador dos estádios nos jogos da última copa do mundo realizada no Brasil e os dos campeonatos regionais e nacionais. Durante a Copa do Mundo facilmente percebia-se as raras aparições de negros, indígenas e mulatos evidenciando a elitização do evento, bem como a composição racial e de gênero da comissão organizadora do evento (copa do Mundo) e dos técnicos de futebol, já nos campeonatos regionais e nacionais, onde o valor dos ingressos são economicamente mais acessíveis a quase todas classes sociais, existe uma presença de público mais democrática e heterogênea.
Porém, ao voltarmos nosso olhar para dentro das quatro linhas, percebe-se que o futebol surge como um fator de justiça social baseada no talento de cada indivíduo, sendo independente de suas relações pessoais. Pois, de acordo com Da Matta, “nas áreas como o futebol, o carnaval e a umbanda, variações individuais são possíveis, de