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Considerações sobre o processo de socialização
Provavelmente a ideia central da sociologia, da qual tudo mais se desenvolve, é a de que os seres humanos são sociais. Vivemos em sociedade. Nossas vidas afetam-se mutuamente. Ser social não significa que necessariamente gostamos uns dos outros, significa que, sem interação em sociedade, os seres humanos seriam uma espécie animal diferente da que somos. Isso quer dizer que a socialização é o processo pelo qual nos tornamos seres sociais. A socialização não é um ato determinado no tempo, mas, pelo contrário, um processo que decorre ao longo da vida de cada indivíduo.

A socialização pode ser definida como o processo de aprendizagem e interiorização de normas e valores, característicos de determinado meio social, do qual os indivíduos e os grupos são alvo, tendo assim como objetivo a integração do indivíduo na sociedade. Nesse sentido, é o meio pelo qual as ideias e valores estabelecidos pelo coletivo passam constituir o indivíduo e pela apreensão destas é que ele adapta-se aos grupos que faz parte. Dessa maneira, uma pessoa socializada controla-se, mas esse autocontrole provém de ter aprendido os controles da sociedade.

Inicialmente, quando o ser humano nasce, é apenas um organismo biológico sendo, portanto, um ser culturalmente em branco. Estabelecendo relações com o grupo social que a rodeia, a criança torna-se um ser cultural. É possível afirmar sociologicamente que o comportamento do humano tem pouco de instintivo, no entanto, o instinto, a carga genética somente se expressará se o contexto social permitir, o que significa dizer, portanto, que é o ambiente social e cultural o grande definidor do comportamento humano. Por exemplo, se um indivíduo carrega consigo uma característica biológica propícia ao talento musical, mas se ele não estiver em um contexto para que essa habilidade aflore (acesso a instrumentos, musicalização, escola, experiências que estimulem essa característica), ele não se tornará um