Professor
Em todos os estudos e escritos de Norbert Elias predomina uma convicção: a de que as manifestações culturais, artísticas, culinárias, as maneiras de lidar com o sofrimento e com a alegria, tudo isso revela muito sobre as sociedades. O esporte também acaba sendo reveladora do tipo de cultura e de sociedade que incentiva e incorpora em seu cotidiano. Também a morte na visão de Elias, é reveladora. As sociedades não lidaram sempre da mesma maneira com a morte, nos diz ele, porque ela não se reduz a um acontecimento biológico e natural. As sociedades urbano-industriais criaram um ritual de morte particular: separaram a morte do ambiente doméstico. Os doentes terminais vão para o hospital, e o velório, assim como o enterro,não é mais feito em casa. Mas nem sempre foi assim.
O conceito de etnocentrismo refere-se justamente a atitude de qualificar um grupo, uma cultura ou um país comparando-o á sua própria referência, que é considerada melhor. O etnocentrismo indica que um determinado grupo étnico se considera superior a outro, já que o diferente é visto como inferior, provoca uma atitude preconceituosa em relação ao diferente, e pode mesmo gerar gestos de incompreensão diante dos modos e comportamentos de outras culturas. A xenofobia e o racismo são exemplos desses possíveis desdobramentos. Em geral, o etnocentrismo se apóia em outra noção também poderosa: a de estereotipo. O estereotipo possui duas características básicas: é ao mesmo tempo generalizante e redutor. Os estereótipos não precisam ser necessariamente negativos, assim como o etnocentrismo nem sempre coloca a própria cultura como superior. É comum dizer que os nortes-americanos são patriotas e tecnologicamente desenvolvidos. Muitas vezes os próprios brasileiros comparam-se a eles e usam a comparação para se autoacusar de não serem patriotas ou suficientemente avançados. Quer sejam positivos ou negativos, elogiosos ou depreciativos, o etnocentrismo e os estereótipos remetem a