professor
Reginaldo Santiago Barbosa
Apresentação.
A posposta do presente trabalho é discutir as formações discursivas presentes nas obras de Benedito Monteiro, A novela Carro dos milagres, e de Jorge Bodanzky e Orlando Senna, Iracema — uma transa amazônica. Para isso abordaremos duas questões de natureza mais gerais: qual o discurso ou discursos que constitui (em) a identidade da região amazônica. E qual o interesse por trás de desses discursos. No final do trabalho discutiremos a importância das obras citadas na compreensão das formações discursivas existentes na região amazônica.
1. A Identidade Amazônica.
A questão de identidade da Amazônia é tema para profundas discursões, contudo, o abordaremos de forma introdutória no presente trabalho. Ainda assim, devemos retomar ao início da “colonização” brasileira quando o primeiro discurso que teremos sobre a região será a expressão do olhar do viajante (conquistador) que aqui chegada, ainda no século XV. Conforme Ana Pizarro (2005, p. 134):
El período de la ocupación de la Amazonía, entre los siglos XV y fines de XVII e incluso primeira parte del XIX, está marcado por um fuerte discurso europeo. Primero están los “descobridores”, los ocupantes, luego los viajeros científicos. Entre los primeiros está también el discurso missioneiro.
O discurso europeu ao qual a Pizarro se refere terá como marca principal o imaginário europeu. Será um discurso baseado na mítica europeia transportada para uma realidade até então desconhecida do conquistador, a Amazônia. Para Pizarro (Ibid, p. 134):
La amazonía como espaço físico y humano, cultural, tenía elementos que actuaban como dispositivos simbólicos em el ocupante, gatillándole conexiones semióticas del imaginario, permitiéndole construir com lo que veia um universo mítico, que respondia a sus carências, expectativas, necessidades físicas y espirituales. El resultado de ello fuela