Produção Industrial de enzimas
INTRODUÇÃO
As enzimas são utilizadas pelo homem há vários séculos, seu emprego começou bem antes de se conhecer sua natureza e propriedades (LEADLAY, 1993). Exemplos típicos da utilização de enzimas, desde a antiguidade, é o uso do malte para a preparação de cerveja, do esterco para o amolecimento de couros e do coalho no preparo de queijos são exemplos (COELHO et. al 2008).
A primeira constatação feita a respeito da ação das enzimas foi feita por Spallanzi em 1783, que observou a reação de degradação enzimática da carne pelo suco gástrico. Kirchhoff em 1814 percebeu que a proteína do glúten da cevada era capaz de liquefazer o amido em glicose, fato este confirmado pela publicação feita pelos químicos franceses Anselme Payen e Jean-François Persoz, no periódico Annales de Chimie et de Physique no ano de 1833. Payen e Persoz batizaram esta substância de “diastase” (do grego “separar”), pois ela separava os blocos de amido em unidades individuais de glicose. Desde então o sufixo ase passou a ser usado para designar as enzimas (COELHO, 2008; FIB, 2011).
Em 1835 o sueco Jöns Jacob Berzelius demonstrou que o amido pode ser mais eficientemente decomposto usando-se extrato de malte preferencialmente ao ácido sulfúrico e cunhou o termo catálise. Em 1836, ao investigar processos digestivos, o fisiologista alemão Theodor Schwann isolou uma substância responsável pela digestão albuminosa no estômago e denominou-a pepsina, a primeira enzima preparada a partir de tecido animal. Em 1839 o eminente químico alemão Justus von Liebig desenvolveu uma explicação mecanística para o papel da levedura no processo de fermentação. Ele via a levedura presente na mistura de fermentação como uma matéria em decomposição que emitia certas vibrações: os átomos de açúcar sofrem um deslocamento; eles se rearrumam de uma tal maneira a formar álcool e dióxido de carbono. Por outro lado, fermentação alcoólica era considerada como sendo uma reação espontânea até