Produção de Energia
A conversão do que comemos e respiramos em energia para as atividades da vida se dá dentro das células com participação fundamental das mitocôndrias. É isso que vou contar nessa apostila e o que aprenderemos servirá de base para as surpresas que virão mais adiante. Antes, tenho duas coisinhas a dizer. Primeira: a maior parte do que se sabe sobre os processos de troca de energia nas células foi descoberta nos últimos 40 anos e ainda é matéria de muita pesquisa. Segundo: vou fazer muitas simplificações na tentativa de manter meus leitores, pois uma descrição detalhada iria encher esse texto de termos como ubiquinona, citocromo c reduxdase e outros ainda piores. Quem quiser se embrenhar nesses fascinantes detalhes deve ler um bom livro de biologia molecular.
O ATP
ATP é a sigla para a Adenosina Tri-Fosfato, que nos livros em português vira Tri Fosfato de Adenosina, mas todo mundo só chama de ATP. Essa molécula foi a engenhosa solução achada pela natureza e pela evolução para compor um sistema simples, rápido e robusto de trocar energia. Em qualquer situação prática, trocas de energia precisam ser feitas de forma organizada para evitar perdas. Para isso, usamos pilhas, baterias, caixas d’água, represas, fios elétricos, enfim, um monte de esquemas para organizar a produção e o transporte da energia da fonte de geração ao consumidor. Nas células, esse gerenciamento é feito com o uso do ATP.
O ATP é como um motoboy que pega a energia do local onde é produzida (as mitocôndrias) e leva para onde ela é requisitada, em outras partes da célula. Agora mesmo, quando você move o dedo para clicar seu mouse, os músculos de seu dedo estão tirando um pouco de energia das moléculas de ATP que estão por perto e usando essa energia para contrair as fibras, produzindo o movimento. O mesmo acontece com qualquer outro processo biológico que use energia - isto é, todos!
A forma como o ATP armazena e cede energia é simples. Veja o esquema da