Produção científica sobre a violência contra a mulher no período de 1988 a 2008
Assassinatos, estupros, agressões físicas e sexuais, abusos emocionais, prostituição forçada, mutilação genital, violência racial, por causa de dote ou por opção sexual, são diferentes manifestações da violência contra a mulher, fatos que estão acontecendo ao longo da história em praticamente todos os países ditos civilizados, dos mais diferentes regimes econômicos e políticos (BLAY, 2003). A violência não escolhe cor, raça, nível social ou econômico, ela pode vir da própria casa, juntamente com o alcoolismo ou outras drogas (CARVALHO, 2000). A violência pode ser cometida por familiares, parceiros, conhecidos, estranhos ou agentes do Estado, podendo acarretar graves conseqüências constituindo um problema que compete tanto à esfera jurídica, por proceder de ações criminosas, quanto à área da saúde, pelos agravos que acometem as vítimas (SCHRAIBER; D’OLIVEIRA; JUNIOR; PINHO, 2002). Mulheres que já sofreram algum tipo de violência têm uma tendência maior de ficarem doentes do que aquelas que nunca foram agredidas. Afeta tanto fisicamente, como psicologicamente e leva até a comportamentos como o uso de tabaco e álcool, ou qualquer outro tipo de droga. Há riscos também quando a mulher desenvolve uma depressão, tentativas de suicídio, de terem dores crônicas, ferimentos físicos, e alguns problemas na parte de reprodução, como gravidez indesejada, contaminação do vírus HIV, DSTs, e outras (DANTAS; MÉLLO, 2008). A violência presente nas relações de gênero é um sério problema de saúde para as mulheres em todo o mundo, sendo uma causa significativa de morbidade e mortalidade (DESLANDES; GOMES; SILVA, 2000). Cabral (1999), em um estudo sobre a violência conjugal sobre a mulher, demonstra que 23% das mulheres brasileiras estão sujeitas a violência doméstica, segundo levantamento da “Sociedade Mundial de Vitimologia”. Pesquisa desenvolvida pelo Banco Interamericano de desenvolvimento (BID), em 1998 aponta que o risco