PRODUÇÃO CARNE CAPRINA
Américo Garcia da Silva Sobrinho1
Severino Gonzaga Neto2
1. INTRODUÇÃO
A exploração caprina no Brasil tem como finalidade principal a produção de leite, sendo a maioria das raças de aptidão mista e/ou leiteira, obtendo-se carne a partir de animais adultos de descarte ou de cabritos oriundos desses rebanhos. Mais recentemente surgiram raças voltadas para a produção de carne, como a Boer, contribuindo para o aumento da produção e consumo do produto. A espécie caprina como produtora de carne oferece maior contribuição não no sentido quantitativo, mas sim no sentido social, por ser fonte primordial de proteína para povos habitantes de regiões como a África, Oriente, Nordeste do Brasil e outros locais onde as condições de vida são difíceis.
O efetivo mundial de caprinos segundo estimativas da FAO (2001) é de 715,3 milhões de cabeças, com produção de carne em torno de 3,7 milhões de toneladas
(FAO, 2000). O Brasil embora apresente o 10o maior rebanho caprino do mundo, com cerca de 8 milhões de cabeças (IBGE, 1998), somente há poucos anos vem melhorando seu rebanho, com seleção de raças e/ou tipos nativos e introdução de animais de raças especializadas na produção de carne, oferecendo melhores perspectivas econômicas para povos de regiões carentes.
No Brasil, a maior concentração da espécie caprina está na região Nordeste, com
94% do rebanho (IBGE, 1998). Excetuando-se esta região, tradicional consumidora de produtos caprinos, e a capital de São Paulo, pela grande população de nordestinos e árabes, verifica-se pouca preferência pela carne caprina.
É um produto com grande potencial de crescimento, considerando os promissores mercados interno e externo, nos quais tem-se observado incremento na taxa de consumo. Esse aumento está associado a melhoria nas condições de abate e maior disponibilidade de categorias jovens, precisando serem melhor explorados para atender a demanda com quantidade e