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Produtor cultural: buscando o equilíbrio entre arte e negócio
Observar o cenário da indústria cultural brasileira por meio da perspectiva dos atores da indústria da cultura é o objetivo central da pesquisa Panorama Setorial da Cultural Brasileira, patrocinada pela Vale e Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet. Cultura e Mercado inicia hoje uma série de reportagens, artigos, análises e entrevistas para trazer novos olhares sobre os dados identificados nesse levantamento.
Para começar, vamos falar sobre o perfil do produtor cultural no Brasil, personagem de abrangentes facetas e múltiplas nuances, cuja função ainda não é muito bem explicada ou compreendida.
Falando em números, de 500 produtores pesquisados, 57% são homens e 43% mulheres. O sexo masculino está mais fortemente presente na Música (68%), nas Humanidades (65%) e Audiovisual (60%). As mulheres destacam-se em Patrimônio Cultural (56%) e Artes Visuais (62%).
Dos entrevistados, 77% têm formação superior – enquanto apenas 7,9% da população brasileira tem esse tipo de formação -, porém, apenas 17% têm formação educacional específica, ou seja, cursos relacionados às artes ou à produção cultural.
Em outra perspectiva, concluiu-se que os cursos feitos por produtores culturais não têm foco em abordagem de negócios. Apenas 14% dos que têm formação superior fizeram cursos que contemplavam conhecimento de gestão e domínio do conteúdo da área cultural (como museologia, comunicação social, gestão cultural, etc).
“Muitas vezes o empreendedor cultural tem dificuldade de liderar equipes, de lidar com marcos regulatórios (com a “burocracia” em geral), de administrar o próprio orçamento, etc. Isso vem mudando, mas penso que ainda é um aspecto importante a considerar”, afirma o doutor em psicologia e especialista em RH, Pedro Bendassolli.
Segundo ele, o produtor cultural deve ser capaz de