PROCESSOS DE INDIVIDUALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA
Referindo-se ao trabalho de Mahler, Albert Solnit falou sobre os processos de separação-individuação como ocorrendo ao longo de toda a vida, porque cada novo aspecto de funcionamento individual contém, no mínimo, uma pequena ameaça de perda do objeto. (COLARUSSO, 1990). Como parte desse processo enquadram-se as tatuagens, por vezes como ferramenta da individuação humana, ou ainda como fator determinante na construção identitária do sujeito.
Segundo a Fundamentação Teórica utilizado nessa pesquisa, a tatuagem é um elemento de circulação social, erotismo do corpo e singularidade, como mostra o depoimento de Ezequiel
“(...) por mais que tenham várias pessoas tatuadas, nunca vai ser o mesmo desenho, nunca vai ser a mesma coisa. Então, é uma forma de se destacar de uma forma assim, não querendo mostrar pros outros a tatuagem, no sentido de ser diferente, de tá com alguma coisa ali que vá... especial pra você, que vai te tornar diferente dos outros.”
Ao mesmo tempo, atualmente, segundo também o Referencial Teórico, o paradigma das técnicas, talvez, esteja no estímulo a decisões impulsivas e massificadas que, muitas vezes, produzem tatuagens modistas, apenas como necessidade de inserção social e não como fruto as subjetividade do sujeito. Essa afirmação pode ser confirmada a partir do relato de Isaias onde fala que
“a gente tem, é bem uma questão do mundo contemporâneo, uma questão de se diferenciar do outro, de fazer algo que de uma forma te iguala aos outros, porque várias pessoas têm tatuagem, mas a tatuagem com uma característica que tu escolhes também te singulariza.”
Entretanto, nem sempre a tatuagem possui esse caráter como descreve Madalena. “A tatuagem não me faz sentir 'mais' ou 'menos' por eu ter tatuagem. Eu não me sinto diferente das outras pessoas por eu ter tatuagem (...)”
Blos, dando continuidade à teoria de Mahler, propõe o conceito de uma segunda individuação humana, que ocorre na