Internação psquiatrica
Tema: Redes Sociais e Internação Psiquiátrica
A agenda das reformas do sistema de saúde conta com um capítulo importante, o da reforma do sistema de saúde mental. Desde a década de 1970 diversos países empreendem tentantivas de introduzir novas práticas no tratamento dos portadores de transtorno mental. As denúncias de Goffman e Foucault, deslocando o foco do discurso psiquiátrico e sua prática terapêutica, para uma abordagem humanística, integradora e que tivesse, conseqüentemente, a preocupacão com o indivíduo em sua totalidade – não aquele classificado, medicalizado e naturalmente circunscrito aos diversos campos da área médica: consultórios, ambulatórios e hospícios – são o estopim do processo.
Com as refomas no sistema de atenção aos portadores de transtorno mental, reintroduz-se o indivíduo na sociedade, convidando outros atores para a participacão no processo de seu tratamento: os círculos sociais mais próximos
(a família, os vizinhos), o campo profisisonal. Reconhece-se, desta forma, a importância das redes sociais, dos apoios sociais conseqüentes desta inserção em campos de sociabilidade mais amplos, tanto do ponto de vista da reconstrução de um cotidiano, muitas vezes perdido pelo sofrimento psíquico, e também como importante auxiliar no tratamento, a partir dos diversos dispositivos de apoio e de solidariedade oferecidos por estes outros atores não inscritos no campo médico. Trataremos, aqui, de discutir a literatura sobre o assunto, ao mesmo tempo que apresentaremos, a partir da experiência da reforma brasileira, os desafios desta nova abordagem terapêutica.
Convém estabelecermos alguns recortes na revisão da literatura que apresentamos abaixo. Um primeiro ponto bastante importante é que tratamos de um tipo particular de campo de sociabilidade, que são as interfaces diversas estabelecidas entre os atores que se inserem na prática terapêutica do sofrimento psíquico. Não somente