PROCESSO DE TRABALHO EM SAUDE MENTAL E O CAMPO PSICOSSOCIAL
Introdução
O que guia o processo de trabalho em saúde é um conjunto de determinantes de ordem;
a) estrutural – lei orgânica da saúde, os princípios do SUS.
b) particular – a função do serviço na rede local de atenção, os dispositivos de interdependência ou colaboração das ações no sistema de saúde.
c) singular- a forma de organização do serviço modelo de atenção operado institucionalmente e a capacidade do serviço produzir saúde.
No campo da saúde mental, a dimensão singular, o coletivo institucional é, portanto, essência do projeto terapêutico, objetivo de produzir produtos de saúde; cuidar, ampliar o atendimento. E a apropriação do processo saúde-doença melhorar a qualidade de vida do usuário entre outros.
Do ponto de vista da ação da saúde mental, o modelo de atenção tradicional medico-centrado e hospitalar convocava e convoca um profissional subordinado a organização parcelada do trabalho institucional, originária da divisão técnica do trabalhador.
No Brasil, a necessidade de saúde do portador de sofrimento psíquico esteve submetida a ordenação jurídica que respondeu ao clamor social da década de trinta, do século XX, prestando-se ao controle do alienado e oferecendo-lhe minoridade social e tutela jurídica.
Até a década de 90 do século XX, a ação de enfermagem psiquiátrica se concentrava prevalentemente no campo administrativo, no hospital psiquiátrico, de forma burocrática e baseada no modelo biológico. No campo do ensino, as referências teóricas privilegiavam autores que admitiam o papel do enfermeiro como agente terapêutico.
Desta forma a realidade imposta pela reforma sanitária nas duas últimas décadas do século XX, no Brasil, pelo processo de implantação e consolidação do Sistema Único de Saúde, e particularmente pela reforma psiquiátrica, vem provocando um continuo e consistente rompimento nesse paradigma. A reorientação do modelo assistencial em saúde mental em curso no pais é fruto da