Problematizações sobre os processos de instituição e compreensão da polícia.
Charlles da Fonseca Lucas
PROBLEMATIZAÇÕES SOBRE OS PROCESSOS DE
INSTITUIÇÃO E COMPREENSÃO DA POLÍCIA
Charlles da Fonseca Lucas
Mestre em Sociologia pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro; Especialista em
Sociologia Urbana pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro; Especialista em Violência Doméstica contra
Crianças e Adolescentes pela Universidade de São
Paulo; Especialista em Políticas Públicas de Justiça
Criminal e Segurança Pública pela Universidade Federal
Fluminense; Licenciado Pleno e Bacharel em Ciências
Sociais (Concentração em Sociologia, Ciência Política e Antropologia) pela Universidade Estadual do Rio de
Janeiro .
E-mail:charlles.lucas@ig.com.br
RESUMO
Neste artigo procurar-se-á refletir sobre os processos de instituição e compreensão da polícia por meio de algumas questões que contemplam, direta e indiretamente, noções elementares, dentre as quais: indivíduo/sociedade, Estado/sociedade civil, público/privado, ordem/desordem, bem/mal, profissionalização/especialização e práticas/ saberes policiais. Tal propósito objetiva demonstrar fundamentalmente que o primeiro ato de policiamento consiste no autocontrole racional, afetivo e acional, ou seja: (a) que ser policial transcende um estado profissional, uma vez que todos os indivíduos são policiais de si e dos outros; e (b) que os profissionais de segurança pública, além de policiar a sociedade, também são indivíduos de uma sociedade de indivíduos com pensamentos, sentimentos e mobilidade. Para tanto, privilegiou-se a metodologia qualitativa, através de entrevistas semi-estruturadas com policiais e civis do Estado do Rio de Janeiro; experiências vivenciadas em diferentes instituições; e leitura/análise cautelosa de estatutos, regulamentos e demais referências bibliográficas.
Dentre os resultados e conclusões cabe afirmar que a ética constitui e corta transversalmente as interações e relações sociais, e, sobretudo, os