Prisão
Com o avanço do neoliberalismo, há o aumento da pobreza causado pela lógica financeira de acumulação, a redução dos empregos, regressão das políticas públicas, flexibilização das condições de trabalho, entre outras, que atingem não só a economia e a política, mas afetam as formas de sociabilidade. Forja-se uma mentalidade utilitária, que reforça o individualismo e a naturalização da sociedade. No contexto atual a questão social passa a ser inserida em um processo violento de criminalização renovando a noção de classes perigosas, há, portanto uma tendência a naturalizar a questão social. E ao naturalizá-la, perde-se a historicidade de todo o processo, ocasionando um entendimento acrítico sobre tal.
As propostas imediatas de enfretamento da questão social no país atualizam a articulação entre assistência focalizada / repressão, como o reforço do braço coercitivo do Estado em detrimento da construção do consenso necessário ao regime democrático.
Nesse sentido, o sociólogo Loïc Wacquant, em seu célebre “As Prisões da Miséria”, afirma que o modelo de encarceramento em massa que se grassou globalmente é originário dos Estados Unidos e está inserto no processo de aprofundamento das desigualdades geradas pelo sistema capitalista neoliberal.
Para Wacquant, o sistema prisional se torna tanto mais extenso e povoado quanto mais restrito é o acesso a direitos sociais básicos. Dedutível, portanto, que as pessoas escolhidas para