Principais Filosofos
MOSTROU ao mundo o caminho para as estrelas.
Mas sua mulher era quem o levava pelo nariz. Foi a sina de Sócrates, olhado por muitos como o homem mais sábio da história.
Sócrates era feio como um palhaço e manso como um santo. Só havia um tipo de homem a quem êle odiava: o hipócrita. Sentia prazer especial em chamar a atenção para aqueles que pensavam uma coisa e diziam outra, e especialmente para aqueles que pretendiam ser sábios, quando não passavam de tolos. Chamava a si mesmo de moscardo, porque estimulava as pessoas a pensar. Outro apelido favorito, que lhe era grato dar a si mesmo, era o de parteira intelectual, porque auxiliava muita gente a dar nascença a suas próprias idéias.
Com o corpo envolto num áspero manto, a cabeça descoberta e os pés descalços, vagava pelas ruas de Atenas e permitia a todos que se abeberassem avidamente na sua inesgotável taça de sabedoria. Tinha a profissão de escultor, mas raramente nela trabalhou. Preferia moldar idéias abstratas, em vez de afeiçoar estátuas concretas. Sua maior ambição era ser não somente um mestre, mas um benfeitor da humanidade. Seu coração era tão grande quanto seu pensamento. Desejava ver a justiça social estabelecida em todo o mundo. E contudo — estranho milagre de contradições que êle era — deixava que sua família morresse de fome. Tratava dos negócios alheios e esquecia os seus. Não é de admirar, portanto, que sua mulher o recebesse, nas suas infrequentes visitas ao lar, com trovões e chuva: o trovão de sua língua e a chuva de seu barril.
Sua mulher chamava-se Xantipa (que significa Cavalo Amarelo) e esse nome passou a denominar até os nossos dias uma mulher de mau gênio e briguenta.
Para Xantipa, Sócrates era um mandrião, mas para os jovens atenienses um deus. Convidavam-no a ir a suas casas e o escutavam cheios de admiração, quando êle desenvolvia suas extraordinárias idéias. Tinha êle um meio característico de expressar suas idéias. Afim de