Introdução O transtorno de conduta social na adolescência, sob o ponto de vista moral é, em alguns casos, uma expressão existencial do adolescente que está envolvido em um contexto de circunstância, facticidade e corporeidade com carências essenciais de diferentes naturezas (Ortega & Gasset, 1947; Mondin, 1980; Frondizi, 1991; Beresford, 1994, 1999; Heidegger, 1999a e b; Merleau-Ponty, 1999; Heidegger 2001; 2002; Reale, 2002 ). Essas podem ser compreendidas por meio dos pressupostos teóricos da filosofia fenomenológica e axiológica existencial transobjetiva. Para isso, pode-se considerar o trabalho de Kohl Berg (1992), Vieira (1993), Piaget (1994), Pug. (1999) e Machado (2001). Em tal perspectiva, o adolescente é percebido conforme os seguintes conceitos: circunstância, razão, vida e dilema (Ortega & Gasset, 1947); temporalidade, facticidade, angústia, escolha de um caminho autêntico ou inautêntico, tomada de decisão e transcendência (Heidegger, 1999); corpo e corporeidade (Merleau-Ponty, 1999). Esses possibilitam a compreensão acerca do como o adolescente valoriza sua existência organizando sua realidade, e consequentemente, como este está se construindo como identidade humana. Tem a facticidade de estar imerso em um contexto sócio histórico que se organiza. Por exemplo, a partir de princípios morais e éticos com os quais ele precisa interagir, e isto passa a ser sua circunstância, já que a mesma não se refere somente ao que percebe do mundo, mas também ao que lhe é imposto. Sua temporalidade é única e intransferível, pois pela corporeidade vivencia situações em um tempo próprio atribuindo a essas, significados pessoais. O que concorre para o surgimento de conflitos ou dilemas entre ele e os pares, devido à diferença de carências e, consequentemente, de tomada de decisões frente às diversas escolhas. Porém, tal dinâmica se efetiva como existencial no momento em que o adolescente se sente angustiado por se perceber em conflito e com a