Primeira parte de genealogia da moral
Na primeira parte, Nietzsche mostra que todos os conceitos são construídos socialmente num processo histórico. Desta forma, Nietzsche procura em quais lugares históricos do pensamento da humanidade a moral e ética nasceram. O conceito de ‘bom’ se dá por aqueles que, através de uma prática, consideraram determinada ação como boa. É contra esse utilitarismo que Nietzsche luta. O utilitarismo não entra em sua moral. Além disso, ele analisa a criação de conceitos fundamentais para a eticidade atual dentro do contexto em que foram criados.
A noção de conceitos criados humanamente é já, em si mesma, uma crítica à filosofia platônico-socrática, a qual ensina que os conceitos e ideias não podem pertencer ao mundo sensível, posto que os sentidos são enganosos.
Nietzsche já chegou à conclusão de que os preceitos morais dizem respeito aos homens e mulheres apenas, logo não são transcendentes, porém, imanentes à natureza.
Ele defende que a Moral deve nascer imparcialmente. Não há necessidade de se levar em consideração os valores trazidos pela classe dos sacerdotes nem tampouco pela classe dos nobres. Contudo, fazendo ainda um estudo psicológico da genealogia, Nietzsche constata que a verdade quanto ao “bom” e ao “mau” adquire uma nova face se olhada pelo lado da plebe. Na classe dominada, o conceito de mau se atribui à nobreza, pois esta, com sua repreensões, castiga, maltrata,