analisando a genealogia da moral
Como filólogo de formação, Nietzsche aprofunda-se no estudo do juízo de valor bom e, consequentemente, do juízo de valor ruim. O gênio provocativo de Nietzsche traz, assim, um texto com certo teor sarcástico. Verificamos facilmente este aspecto já na primeira das três dissertações de a Genealogia.
As questões levantadas pelos homens da época de Nietzsche, em especial pelos psicólogos ingleses, na avaliação nietzschiana, não trazem a proveniência do juízo de valor bom e de ruim, pois "[...] estão aplicados à mesma tarefa: [...] colocar em evidência [...](o lado vergonhoso) de nosso interior".[1] O que importa na psicologia nietzschiana é a busca da verdade de uma força imparcial, o oposto do pensamento dos psicólogos ingleses, conforme escreve:
[...] desejo de coração que se dê precisamente o oposto – que esses pesquisadores e microscopistas da alma sejam na verdade criaturas valentes [...], que saibam manter em xeque seu coração e sua dor [...] à verdade, a toda verdade, até mesmo à verdade chã, acre, feia, repulsiva, amoral, acristã... Porque existem tais verdades.[2]
Quando pensa em verdades, Nietzsche quer expressar a interpretação, a perspectiva a que cada um se pauta. O intuito de Nietzsche é o de construir uma história da moral, que ele expressara na obra Além do bem e do mal. Desse modo, a Genealogia é uma crítica, uma verificação que Nietzsche faz do duplo aspecto que existe nos juízos de valores.Sua crítica vai além da perda de um referencial (Deus), chegando à afirmação de uma diferença que se origina nas forças (ativas e reativas).
Na análise de Nietzsche, a moral nasce de duas