Preço da intolerância
O homem se modernizou, avançou tecnologicamente, realizou verdadeiros milagres com a ciência, priorizou o trabalho como fonte de sucesso. Ganhou sua força quando surgiu o Movimento Iluminista, que o colocou com centro do universo e não mais submetido a vontade divina. Entretanto, ao longo do caminho alguns valores e princípios, para uma harmoniosa convivência em sociedade, foram perdidos. A busca por relações harmoniosas foi abandonada. Não nos damos conta, mas quando nos deparamos com situações de extremo respeito e gentiliza, ficamos imensamente espantados. Isso acontece porque a sociedade atual, perdeu o caráter solidário. Não há cortesia nas relações interpessoais. Os direitos do outro são colocados em segundo plano, quando nossas vontades são prioritárias. As pessoas não se olham mais nos olhos e só enxergam a si mesmas. Vivemos em uma sociedade de comportamentos inaceitáveis. O negro ainda carrega as marcas da escravidão, pois o preconceito é vigente. O homossexual é taxado como ser inferior por fazer uma escolha individual. Os idosos são maltratados e vistos como estorvos. Nas escolas o próprio professor é hostilizado. E o próprio governo é corrupto e leviano. Não há marcas de civilidade. O ser humano vive na contramão da civilidade porque nessa sociedade baseada na busca pelos bens materiais e pelo poder, ele se tornou egocêntrico, individualista e caminha para a solidão. "O homem é o próprio lobo do homem", como dizia Thomas Hobbies. A boa convivência tornou-se consequência e não a busca. Os direitos são violados, os limites ultrapassados sem pudor e a intolerância é a palavra que define o século XXI. A questão é que temos que reconhecer o outro como indivíduo juntamente com suas peculiaridades. Ensinar as crianças de hoje que vivemos em uma sociedade marcada por diferenças e que a tolerância e o respeito são as bases fundamentais