Preconceito
Preconceito é um prejulgamento que pode resultar em atitudes discriminatórias.
NOÇÕES PRELIMINARES
Um argumento é constituído por premissas, ponderações e conclusão. Mas quando se apresenta uma conclusão sem alicerçá-la, isso não é argumentar. É emitir uma ideia pronta, um conceito prévio — um pré-conceito1.
Todos temos preconceitos. Ou seja, temos noções preestabelecidas, aceitamos lugares comuns, possuímos nossos próprios dogmas — ideias que achamos fundamentais e indiscutíveis, dispensando maiores explicações — e que não são necessariamente nocivas. Por exemplo: “devemos amar nossas mães”. Se pararmos para pensar, acharemos boas razões para fundamentar essa ideia. Mas quantos a aceitam sem questionamentos, tratando-a como verdade auto-evidente?1
Todo preconceito, no sentido pejorativo do termo, possui três características simultâneas: é simplista, envolve generalizações grosseiras e é maniqueísta (divide a humanidade em duas: os que são como eu — os bons — e o resto).
Nem toda discriminação é negativa. Discriminar significa dissociar, separar, segregar. O ser humano incapaz de discriminar é mau por definição. Não sabendo fazer distinções, ele não daria lugar a idosos nos ônibus, não daria preferência às grávidas nas filas, não ajudaria deficientes visuais a atravessar as ruas, não separaria o bem do mal. Por ser incapaz de discriminar, ele protagonizaria inúmeras situações lamentáveis.
A discriminação nociva, citada em lei, refere-se unicamente àquela que leva à exclusão social1.
OUTRAS CONSIDERAÇÕES
Em geral, o preconceito começa com uma generalização superficial, chamada “estereótipo”. Exemplos: “todos os alemães são prepotentes”, “todos os ingleses são frios”. Casos extremos, como o da ideia de “raça superior”, podem levar um indivíduo ou grupo a situações que beiram a loucura. Apontar características comuns a grupos é preconceito pejorativo apenas se induzir à agressividade ou exclusão social. Caso contrário, reparar em