PRECONCEITO RACIAL
Neste artigo é discutido a relação do preconceito racial no Brasil, que se dá de forma sutil e velada, onde foi feita uma pesquisa com crianças negras do sexo feminino entre 8 e 11 anos de idade de diferentes classes econômicas.
É possível notar que a mídia reproduz estereótipos de beleza e padrões estéticos que valorizam as pessoas brancas, daí podemos perceber que no Brasil há sim racismo, acontece que a prática do racismo é feita de forma indireta e muitas vezes há uma pratica inconsciente e não reconhecida como racismo.
As escolas, que seriam o ambiente ideal para a desconstrução de preconceitos, tem sido um lugar onde há poucas iniciativas anti-raciais. Dentro do ambiente escolar, e também fora dele, a literatura infantil tem sido reprodutora dos preconceitos sociais não contribuindo assim com a introdução de valores condizentes com o multiculturalismo, pois a literatura infantil clássica serviu de base para a representação do negro de forma inferior estando sempre conivente com os saberes dos brancos.
Na pesquisa feita com as crianças negras, através de entrevistas semi-estruturadas e gravação de uma história infantil, onde as crianças teriam que escolher os desenhos apresentados pelas pesquisadoras e corresponder aos personagens do áudio, percebeu-se que o ponto mais comum entre as entrevistadas no que se refere a estética foi a persistente associação de cabelos lisos como os cabelos belos e desejáveis.
A tendência a adesão do branqueamento está presente desde a infância não se trata só de um desejo de pertenciamento e reconhecimento social, mas também de uma estratégia defensiva frente aos contextos de discriminação. Um mundo mais justo exige que crianças negras possam interpretar princesas e se ver como uma, que seus cabelos crespos ou cacheados também sejam bonitos e principalmente que elas reconheçam e se valorizem como negras bonitas.