Praças
A praça jamais pode ser percebia unicamente como uma alegoria estética. Ela é mais. É o lugar de encontro dos indivíduos, o local de convivência, onde opiniões são trocadas e os pensamentos podem sair da dimensão do privado. A praça é o local do contato cotidiano, é nela que ocorrem as relações afetivas, e, dentro do contexto do mundo capitalista, é um dos poucos espaços que ainda pode ser frequentado por todos. A qualidade de vida em uma cidade pode ser medida pela qualidade dos seus espaços destinados ao convívio coletivo. As praças são parte da nossa identidade. Locais repletos de significados e lembranças. Quem nunca passou por uma pequena cidade no interior de Minas? Quase todas dotadas daquela lentidão poética na qual “Um homem vai devagar/Um cachorro vai devagar./Um burro vai devagar./Devagar as janelas olham.” como nos faz lembrar Carlos Drummond de Andrade na bela poesia intitulada Cidadezinha qualquer. Aquelas cidades nas quais todos os caminhos e sentimentos convergem para a praça. Aquela vida besta, discutida, debatida e temperada sob a sombra de uma árvore. Lá a vida se encontra; fofocas, receitas e eloquentes debates políticos são tecidos. A praça é parte fundamental da nossa cultura.
Saindo de Contagem, voltando um pouco no tempo, percebemos a importância das praças na fundação das cidades e mesmo para a fundação do modelo político que, sem dúvida, define o ocidente: a democracia. No pensamento grego, era